A mudança do clima no país pode transformar o semiárido nordestino em uma região mais seca, além de piorar as condições de vida nas metrópoles brasileiras, o que inclui Salvador.
O estudo sobre “Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação” à mudança do clima produzido pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) e divulgado nesta sexta-feira (25) no Rio de Janeiro, reuniu pesquisas feitas de 2007 até o começo deste ano.
Segundo o levantamento, a desigualdade deve aumentar no país, principalmente no nordeste, o que serve para que políticos comecem a planejar o país para os próximos anos. “No Nordeste, a população carente sofrerá ainda mais com a seca. Não só não resolvemos o passivo histórico naquela região como as coisas irão se agravar ainda mais”, diz Suzana Kahn Ribeiro, presidente do PMBC. “A tendência é de aumentar a migração para áreas urbanas, que não têm como suportar mais demandas, e o campo se esvaziando”, acrescenta ao completar que a região pode ter forte redução nas áreas cultivadas de milho, arroz, feijão, algodão e girassol, com perda significativa da produção.
Outras mudanças apresentadas pelo estudo são a possibilidade de a água salgada invadir os aqüíferos, a redução do potencial de pesca em 6% nos próximos 40 anos e a perda de 11 milhões de hectares de terra adequada à agricultura até 2030, o que colocaria em risco a produção de alimentos no país.
O Painel, com quase 350 cientistas brasileiros, foi criado em 2009 para produzir informações científicas sobre a mudança do clima no Brasil e é ligado aos ministérios da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. Funciona inspirado no IPCC, a sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, braço científico das Nações Unidas.
Informações do Valor.BN.