A ativista Maria da Penha, que deu nome à Lei 11.340, instrumento de prevenção e punição para a prática da violência contra a mulher no Brasil, esteve no município baiano de Serrinha, nesta segunda-feira (29). Ela falou para uma plateia numerosa de moradores, autoridades, movimentos feministas e de defesa dos direitos humanos.
O prefeito da cidade, Osni Cardoso, o vereador Alex Menezes, autor da propositura e a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, receberam a palestrante, que foi saudada calorosamente pelo público. A titular da SPM falou do esforço do governo baiano para o enfrentamento ao sexismo e à intolerância.
“Agora todas as mulheres terão uma noção melhor de que violência doméstica não é só a física, mas também a moral e a ameaçadora”, destacou Edylene Ferreira, presidente da Câmara de Vereadores de Serrinha.
A biofarmacêutica cearense Maria da Penha relatou o período em que vivenciou, dentro de casa, diversas formas de violência praticadas pelo seu ex-companheiro, inclusive com duas tentativas de homicídio. O caso ganhou repercussão internacional pela negligência do Estado brasileiro. O criminoso só foi condenado após 19 anos do ocorrido.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) fez intervenções, e exigiu do Brasil políticas de proteção às mulheres vítimas de violência familiar. “O nome da lei significa uma compensação simbólica pela luta de todos esses anos”, disse Maria da Penha. “Espero que nossos descendentes encontrem uma sociedade mais igualitária”, completou.
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Fonte: Clériston Silva/ fotos -Fernando Lima