Os dias passam, as contas aumentam, o trabalhador tucanense chora e os vencimentos do mês de dezembro ainda não foram creditados em suas contas. No entanto, nas mesas fartas dos poderosos e donos do poder, entre o tilintar dos talheres e das taças, fazem planos para o que chamam de governo de participação popular. Enquanto isso na mesa dos trabalhadores encontra-se apenas as pilhas de contas a pagar e as listas do que se precisa comprar.
O que não consigo entender é a controvérsia que há entre a marca de governo e a sua ação, pois em meu pequeno grau de conhecimento, a participação popular é a soberania do povo em ação, sua expressão concreta, inerente e indispensável à democracia.
Onde está essa tão sonhada democracia? Que não respeita os direitos do trabalhador de possibilitar aos seus familiares os direitos básicos do cidadão, que ainda está sem receber seus pagamentos, que chora diante dos funcionários da companhia de luz e de água, para que estes não executem a suspensão dos serviços, que já não consegue comprar o pão, o leite, o feijão, o arroz, ou seja, os itens da cesta básica.
Como ficam os tucanenses que não vêem respeitado o disposto no Art. 5º da nossa Carta Magna que diz: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Ainda no mesmo artigo diz que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Nesse caso, pergunto: deixar de pagar os vencimentos de quem trabalha não é algo desumano? Deixar crianças passar necessidade por não ter efetuado o pagamento dos pais, não é uma forma de tortura? Deixar os garis nas ruas trabalhando sem receber, não é um tratamento desumano ou degradante? Muitos seriam os artigos, incisos, parágrafos e alíneas que poderiam ser citados aqui e que estão sendo violados por aqueles que deveriam defender. Mas quero apenas falar da indignação de homens e mulheres que se dedicam ao trabalho como forma de garantir o seu sustento.
A situação em Tucano está ficando cada dia pior, mais quem governa não se pronuncia nem negocia. Desde o inicio do mês que o Sindicato da Categoria vem buscando respostas, mas estas não chegam, e tem que conviver com notas virtuais em sites e blogs, como se a vida tudo fosse virtual, como se as necessidades do trabalhador fossem virtuais, como se fosse possível matar fome, a sede e preencher todas as necessidades básicas através de notas de esclarecimentos.
Por: Adenilton Rocha – Presidente do SINDSMUT