Após chuvas, casos de diarreia sobem e moradores de cidade baiana entram em pânico
Em Santa Cruz Cabrália, cidade no extremo sul da Bahia que decretou estado de calamidade pública após fortes chuvas no início do mês, órgãos de saúde estão em alerta para cuidados da população no consumo da água. Em uma semana, completada no domingo (13), mais de 37 casos de diarreia ocorrerem na na cidade.
A prefeitura solicita para que moradores evitem tomar banho, consumir ou lavar roupas e utensílios em rios e cisternas e que, principalmente, usem o hipoclorito de sódio para purificar a água.
Amostras de água colhidas em diferentes pontos da cidade foram enviadas para análise em Salvador. Enquanto o resultado não é divulgado, a Secretaria Municipal de Saúde orienta que as pessoas evitem contato com a água de rios e cisternas. A água contaminada pode causar diarreia e transmitir doenças como a cólera e a lepstospirose.
Na Bahia, já foram registrados 18 casos de lepstospirose neste ano, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
“As pessoas devem ficar atentas, pelo menos pelos próximos 15 ou 30 dias, a qualquer mudança no estado de saúde, seja febre, tosse, dor abdominal, dor nas pernas, vômito… tudo isso pode levar a um quadro mais grave, inclusive à própria lepstospirose”, afirma o diretor do hospital Manoel Vitorino, Ricardo Gouveia.
Agentes de saúde, além de médicos cubanos e argentinos do programa Mais Médicos, estão visitando moradores para tentar identificar sintomas das doenças e distribuir informativos, além do hipoclorito de sódio. A pessoa deve usar duas gotas do produto em um litro de água e deixar descansar por 30 minutos. A solução deve ser colocada ainda em filtros e caixas d´agua. O trabalho de fiscalização, para evitar que produtos contaminados cheguem até o consumidor, também foi intensificado.
No domingo (13), a Vigilância Sanitária apreendeu alimentos molhados pela enchente e que seriam vendidos em supermercados e mercearias. Os produtos serão incinerados. “Não só os comerciantes, mas as pessoas de casa que tiverem os seus produtos em contato com a água da enchente, que desprezem esse alimento, porque provavelmente está contaminado”, afirma Paula Aragão, superintendente de Vigilância em Saúde.