Uma adolescente de 12 anos da cidade de Sátiro Dias, está grávida do primo de primeiro grau que tem a mesma idade. A menina está no sexto mês de gravidez e precisa de cuidados especiais para completar a gestação e diminuir os riscos de morte para ela e para o bebê. “Eu não sabia se podia engravidar, aí eu peguei e fiz”, disse a menina. Ela afirmou ainda que gosta do filho que carrega na barriga.
Segundo a família, quando começaram os enjoos, a mãe levou a menina ao médico na cidade de Alagoinhas, perto do município onde elas moram, mas não imaginava que pudesse se tratar de uma gravidez. “Até agora ainda estou em choque por causa desse problema dela. Ela é uma criança, né?! E segura outra criança na barriga. E o pai é mais criança que ela ainda”, enfatizou Maria Solange da Cruz, mãe da garota grávida.
Uma ultrassonografia feita em Alagoinhas é o único exame realizado até agora pela jovem. A adolescente afirma que se sente bem, mas a mãe buscou a ajuda da irmã, que mora em Porto Sauípe, no litoral norte do estado.
Segundo Lusimarina da Cruz, tia da garota, “ela pode morrer”. A tia da jovem afirmou que a menina não vai conseguir segurar o bebê no ventre. “Ela está com seis meses de gestante e o bebê está com 60 cm e não tem espaço para ele se mover. Ele pode morrer dentro dela, e ela acabar morrendo também”.
A futura avó é viúva tem outros quatro filhos e vive com pouco mais de R$ 500 por mês. Ela afirma que não tem condições de criar o neto, mas se depender da irmã dela, a criança não vai passar dificuldade. “Eu tenho três filhos, mais um faz quatro. Mais uma boca na minha casa. Não tem problema não”, assegurou a tia.
Segundo a médica obstetra, Itana Passos, do Iperba, uma maternidade estadual que mantém um programa voltado para adolescentes grávidas, diz que este tipo de gestação exige acompanhamento especial. “Em um pré-natal normal preconiza se fazer três ultrassonografias, pelo menos, durante toda a gestação. Em uma criança dessa idade é importante que se faça mais, para se fazer um acompanhamento do crescimento fetal intrauterino, se está um crescimento adequado pra cada mês de gestação”, destacou a médica.
Dados – A gravidez precoce está longe de ser raridade. Em 2011, 46.611 crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, deram a luz em hospitais públicos no estado. Em 2012, foram 40.350, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB).
Informações: Clériston Silva