O Conselho Federal de Medicina anunciou na última semana que as gestantes só poderão fazer o parto cesariana, de forma maneira planejada, a partir das 39 semanas de gravidez. O órgão explica que a decisão foi motivada por razões de segurança. Lembrando que antes a lei permitia este tipo de parto das 37 até as 42 semanas.
Antes da consolidação dessa lei, já haviam campanhas para a melhora na segurança do trabalho de parto no Brasil, como por exemplo a criação do programa nacional Parto Adequado, criado em 2015, e que tem o objetivo de incentivar o aumento dos partos vaginais – visto que, no cenário nacional, os partos por cesariana tiveram um aumento considerável.
Além disso, uma das preocupações do projeto Parto Adequado é diminuir as mortes ocasionadas por partos prematuros. De acordo com as informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis estão relacionados à prematuridade. Quando não tem indicação médica, a cesárea pode causar riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Por isso, pode-se dizer que esta mudança foi uma vitória do Parto Adequado.
“Continuamos avançando de maneira muito rápida e consistente, consolidando o que já havíamos cumprido e avançando ainda mais, com resultados que eram esperados apenas em setembro”, disse a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira.
Quem também falou da importância dessa mudança na regra dos partos por cesária foi a obstetra do Hapvida, a Dra. Viviane Santiago. Ela afirma que os bebês que nascem antes das 39 semanas podem ter desconforto respiratório, o que faz com que a criança fique mais tempo no hospital.
“Essa decisão visa proteger mais os bebes. O risco do bebê nascido de cesárea necessitar ir para UTI neonatal é muito maior abaixo de 39 semanas. Esses bebês de menos de 39 semanas podem nascer com desconforto respiratório e precisam ficar em observação.Essa medida só se aplica para cesárea eletiva, aquela que é marcada com antecedência”, afirma Viviane.
Por isso de acordo com as informações dos especialistas consultados pelo Varela Notícias, é importante que o parto seja realizado dentro do período adequado, que é de 39 a 42 semanas, o que pode evitar que os bebês sofram com possíveis problemas após realização do parto por cesariana.
Matéria Extraida do Portal Varela Noticias